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domingo, 18 de março de 2012

Globo bate em Edir Macedo

Rede Record entre os supostos beneficiários. 

Assim que os primeiros sites de notícias brasileiros começaram com suas manchetes dizendo que o Ministério Público de São Paulo havia feito denúncia contra Edir Macedo, líder da Igreja Universal e dono da TV Record, já era de se esperar que um tratamento todo especial do assunto fosse dado pela Rede Globo de Televisão. Não foi diferente.
Na escalada (as manchetes, antes da vinheta de abertura) do Jornal Nacional de ontem, Edir Macedo e a Universal foram os destaques da noite. E logo que o telejornal começou, deu para perceber que a artilharia da emissora da Vênus Platinada seria pesada.
Foram quase dez minutos nos quais cada aspecto das denúncias do MP-SP foi tratado pelos repórteres do JN. Um dossiê completo dos negócios (muito suspeitos, por sinal) da Igreja Universal foi exibido para todo o Brasil, com imagens de arquivo e detalhes mínimos que, se fosse outra instituição, não seriam levados tão a sério.
Um dos momentos mais tensos da reportagem cheia de arte gráfica foi quando exibiram esquema do trajeto feito pelo dinheiro dos fiéis da Igreja Universal, que começava nos templos, passava por paraísos fiscais e depois retornava ao Brasil em forma de empréstimos para pessoas ligadas a Macedo. A tensão fica por conta de uma das empresas que receberia o dinheiro (segundo o Ministério Público):
Isso mesmo, a Rede Record. Não é preciso ser um gênio da Comunicação para perceber que o tamanho da fonte em que “REDE RECORD” está escrito foi claramente desproporcional ao resto do texto. Não bastasse isso, repare que “aeronaves” e “imóveis” recebem apenas um maço de cédulas de dinheiro, enquanto que a empresa de televisão recebe o dobro.
Mais tarde, em outro esquema, a equipe de arte do Jornal Nacional nomeou e inseriu fotos de quase todos os denunciados, com Macedo em primeiro lugar. As ligações da suposta quadrilha foram exibidas com grande parcimônia, o que é incomum quando falamos de televisão, mídia que exige rapidez. No entanto, o pior ainda estava por vir: ao terminar de dar “nome aos bois”, as frases “LAVAGEM DE DINHEIRO” e “FORMAÇÃO DE QUADRILHA” foram sobrepostas ao esquema, como se os acusados já tivessem sido condenados pela Justiça
Por fim, é preciso voltar ao tempo de exibição da reportagem. Sete minutos foram destinados a mostrar as denúncias do Ministério Público. A seguir, o advogado de Edir Macedo pôde defender o cliente das acusações: teve dois minutos para isso. No total, 9 minutos de reportagem. A título de comparação, o primeiro bloco do JN histórico sobre a eleição de Barack Obama teve minutagem semelhante à dedicada à Igreja Universal.
Enquanto isso, o Jornal da Record destinou pouco mais de dois minutos para falar das “verdades e mentiras” (conforme o blogueiro Emílio Moreno escreveu) das denúncias, praticamente se limitando a conversar com o advogado de Macedo. Pelo que vi no YouTube, em nenhum momento o telejornal esclareceu que o bispo é dono da TV Record

 


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